Fisioterapia – como é o curso?

Olá!

Há uns tempos atrás eu recebi uma sugestão de post: falar um pouco sobre a minha amada profissão, a fisioterapia!

Confesso que nunca tinha passado pela minha cabeça fazer um post assim, mas como os pedidos de vocês são sempre uma ordem, aí está!

Na verdade eu recebi duas sugestões: uma pedia pra eu falar do curso de fisioterapia e outra pedia pra eu falar da profissão.

Pensei em fazer os dois assuntos no mesmo post mas o texto ficou muito grande, então resolvi separar. Hoje vou falar do curso de fisioterapia, na sexta falarei da profissão e depois, para finalizar, vou falar um pouco sobre o curso de pilates (que também foi sugestão de vocês), combinado?

Fisioterapia – O Curso

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Entrei na faculdade de fisioterapia achando que seria um curso super fácil, afinal fisioterapia só trabalha com músculo e o osso, né… SÓ QUE NÃO! Hahaha!

O curso é muito mais complexo do que pensei!

Tem muita anatomia (sim, você vai ter que estudar corpos humanos mortos), muita fisiologia, biomecânica, cinesiologia (estudo do movimento), terapias manuais, avaliação física, testes específicos… é MUITA coisa.

Mas não se preocupe, saiba que todo e qualquer curso na área da saúde é um pouquinho complicado, mas se você gosta do que faz você vai tirar de letra.

Foi no primeiro ano de faculdade que eu descobri que fisioterapia não era só ortopedia ou cuidar de pessoas deficientes.

A fisioterapia tem hoje, segundo o Coffito, (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) 14 áreas de atuação. São elas:

  • Acupuntura
  • Fisioterapia Aquática
  • Fisioterapia Cardiovascular
  • Fisioterapia Dermatofuncional
  • Fisioterapia Esportiva
  • Fisioterapia do Trabalho
  • Fisioterapia Neurofuncional
  • Fisioterapia em Oncologia
  • Fisioterapia Respiratória
  • Fisioterapia Traumato-Ortopédica
  • Fisioterapia em Osteopatia
  • Fisioterapia em Quiropraxia
  • Fisioterapia em Saúde da Mulher
  • Fisioterapia em Terapia Intensiva

Existem algumas outras áreas que não são (ainda) reconhecidas pelo Coffito, porque são sub-áreas ou que estão ainda em desenvolvimento, como a Fisioterapia Pediátrica, Fisioterapia na UTI Neo-natal, Fisioterapia Otorrinolaringológica, Fisioterapia Oncofuncional, Fisioterapia Endocrinológica, Fisioterapia do Sono, Fisioterapia Urológica, Fisioterapia em Saúde Coletiva, Fisioterapia Mastológica, Fisioterapia Obstétrica, Fisioterapia Geriátrica, entre outros…

Caraca, quanta coisa, né?

Por ter esse tanto de área de atuação, o curso de fisioterapia acaba dando uma geral em todas as partes do corpo humano. Não entre achando que você só vai aprender osso e músculo.

Então você vai ter que estudar anatomia total, ter aulas clínicas de cardiologia, aparelho respiratório, aparelho reprodutor, aparelho digestivo, ortopedia, neurologia e etc…

Claro que você não terá a mesma base de conhecimento clínico que um médico tem, até porque são atuações completamente diferentes, né? Mas você vai ter que saber de tudo um pouco, digamos assim.

Essa base você terá nas aulas na anatomia, na fisiologia e nas aulas de clínicas.

Conforme o tempo vai passando, o curso vai afunilando e entrando cada vez mais no âmbito da fisioterapia.

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No segundo ano você terá aulas de avaliação física (para saber como avaliar o seu paciente), aprenderá testes específicos (que vão te ajudar na avaliação), aprenderá biomecânica, cinesiologia, (estudo do movimento, já que os exercícios são a base da reabilitação fisioterápica), cinesioterapia (terapia através do movimento), terapias manuais e recursos terapêuticos físicos (eletroterapia, hidroterapia, termoterapia, etc…).

E no terceiro ano (que eu considero o mais difícil de curso), é que você vai ligando os pontos e começando a entender o funcionamento de tudo.

Então funciona assim: na aula de clínica neurológica (em que você já aprendeu como é o sistema nervoso na anatomia e como ele funciona na fisiologia), você aprende quais são as disfunções do sistema nervoso: AVC (derrame), Mal de Parkinson, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica, Lesões no sistema nervoso geral e periférico e etc.

Ao mesmo tempo (em aulas diferentes) você tem a aula de fisioterapia neurológica, em que você aprende como tratar os pacientes que sofreram as disfunções que você aprendeu na aula clínica.

Resumindo e dando um exemplo geral: na aula clínica você aprende o que é um AVC, como acontece, quais os tipos, quais as sequelas que o paciente pode ficar e etc. Na aula de fisioterapia você aprende como tratar o paciente com AVC, utilizando todos os métodos aprendidos, desde o hospital até a alta da fisioterapia.

E funciona assim com todas as outras áreas! Pode parecer difícil falando assim, mas conforme o tempo vai passando você vai vendo que tudo faz sentido!

Além dessas aulas específicas você tem aulas de psicologia, português e bioestatística (não dá pra fugir da matemática!).

No último ano você pega tudo que você aprendeu e coloca em prática, nos estágios realizados nas clínicas-escolas e nos hospitais! E claro, tem que fazer o temido TCC!

E você é obrigado a fazer o estágio em todas as áreas que a faculdade exige, mesmo que você não goste. Eu mesma nunca fui chegada na UTI mas tive que fazer o estágio mesmo assim!

Quando você se forma, você sai da faculdade como uma espécie de “fisioterapeuta geral”, ou seja, você pode atuar em todas as áreas, pois sabe um pouco de cada coisa.

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Mas se você pretende seguir uma área específica é preciso fazer um curso de especialização.

Eu sou especialista em Fisioterapia Neurofuncional pelo Hospital Albert Einstein e fiz minha especialização logo que terminei a faculdade.

Não me arrependo de ter feito a especialização logo em seguida, já que eu sempre soube que era uma das minhas áreas preferidas.

Mas como sugestão de profissional formada há anos, recomendo que você saia da faculdade, vá conhecer o mundo lá fora principalmente no âmbito profissional, e só depois escolha sua especialização.

As vezes você pode até amar uma área específica, mas o campo de trabalho dela pode não ser muito amplo e isso acabar te deixando desempregado.

Então muitas vezes vale a pena começar a trabalhar, se estabilizar financeiramente e só depois pensar em investir em uma especialização mais específica que você deseja.

Sobre a área de atuação, campo de trabalho e a profissão de fisioterapeuta em si, vou falar tudo no próximo post, ok?

Eu sou apaixonada pela minha profissão, amei a faculdade de fisioterapia e faria tudo de novo se fosse preciso, mesmo com as dificuldades, pois vale a pena!

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Agora estou na área de pilates e estou ainda mais animada, pois é uma área muito gostosa de  se atuar!

Mas depois eu conto todos os detalhes pra vocês! 😀

Espero que esse post tenha tirado as dúvidas de quem deseja ingressar na faculdade de fisioterapia!

Beijokas!

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